A boa postura começa pelos pés
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"A dor que ainda não veio, pode ser evitada".
"Heyam dukham anagatam".
~Yoga Sutra II:16
Como hábito, iniciamos as aulas dando a devida importância e atenção ao nosso apoio plantar.
Descalços, descobrimos que não é tão fácil executar ações aparentemente simples, como distribuir o nosso peso igualmente entre a borda interna e externa dos pés, ou ainda, levantar os arcos e apoiar todos os dedos.
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Os pés, interface entre o solo e o corpo e base para a boa postura, se adaptam aos movimentos da marcha e ao deslocamento do corpo, o que "idealmente" requer articulações perfeitamente móveis, bom equilíbrio, flexibilidade e ajustes osteomusculares e consciência corporal.
Entretanto, preponderantemente, os pés exercem um papel fundamental como informantes sensoriais do cérebro, por captar que certos comportamentos posturais interfiram ou mesmo, modifiquem o entendimento do cérebro, evitando o quanto possível, as distorções e os desalinhamentos do nosso corpo, mediante as modificações proprioceptivas decorrentes das nossas atitudes (oscilações estáticas, quando estamos parados ou oscilações dinâmicas quando nos movimentamos), assim como, mediante as irregularidades que se apresentam no piso.
Dessa forma, podemos compreender que, enquanto na posição em pé, o nosso equilíbrio é, primariamente determinado pelos pés, através das terminações nervosas na pele e sua relação com os músculos, tecidos conectivos e os 26 ossos. A resistência desse conjunto, que ao mesmo tempo é dinâmica, estabilizadora e deverá suportar o peso de todo o corpo, proporcionando uma condução suave e segura.
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Por definição, um arco é uma estrutura de suporte que mantém certa carga sobre um espaço aberto e, no caso dos pés, os arcos comportam-se como molas, destinadas a subir e descer, de acordo com a exigência imposta ao sistema osteomusculoarticular. O arcos dos pés são classificados como plano, normal ou alto e são subdivididos em: arcos longitudinal ântero-posterior medial e lateral e arco transversal, na parte posterior dos metatársos, que funciona como uma meia-abóbada.
Todos nós nascemos com os pés planos e, somente quando começamos a engatinhar, a ficar em pé e a caminhar é que eles começam a estabelecer o seu tônus muscular, diante da nova relação e demanda com as pernas, que buscam a sensação de enraizamento e necessitam de estabilidade. O tônus postural dos pés ajuda, ainda, a determinar a qualidade do tônus do assoalho pélvico.
Claudia B., c.pilatesyoga@gmail.com
Pós-Graduação: Método Pilates – Fisioterapia Esportiva/ Certificação: Yoga – Treinamento Funcional – Treino em Suspensão