Os Nossos Pés
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Se queremos ter pernas fortes, estáveis e equilibradas, é fundamental que estejamos atentos ao trabalho dos nossos pés, fundação do nosso corpo.
Na realidade, esclarecer os alunos sobre a importância das extremidades é uma missão, uma vez que nós, ocidentais, fomos ensinados desde cedo a simplesmente, enfiá-los dentro de sapatos e esquecê-los. Com os pés espremidinhos, envoltos em borracha e couro, é que aprendemos a correr, pular e brincar.
A ciência do equilíbrio e da reabilitação nas aulas de Yoga e Pilates, passa pelo reconhecimento de que fazer movimentos e realizar ações, como distribuir o peso igualmente entre a borda interna e externa dos pés ou levantar os arcos e espalhar os dedos com os pés descalços, não é tão fácil.
70% da nossa informação sobre o movimento vêm dos nossos pés (10% dos olhos e 20% dos ouvidos). Quando os arcos mediais (ou internos) colapsam (também conhecidos como pés chatos), descobrimos que, qualquer desequilíbrio em nossa fundação (pés), afetará o alinhamento de todo o nosso corpo. Da mesma forma, qualquer desconexão entre os pés, o cérebro e o plano de apoio, pode resultar em instabilidade ou estabilidade retardada, uma vez que os pés funcionam como uma interface entre o corpo e o piso, ou seja, é a porta de entrada do nosso cérebro para a percepção espacial.
Ao exercitarmo-nos descalços, desenvolvemos maior sensibilidade e aterramento e, conforme progredimos na prática, os músculos dos pés e da parte baixa das pernas começam a recuperar a força e o controle perdido durante todos aqueles anos de uso exclusivo de sapatos. Isso também afetará o alongamento dos músculos plantares, fundamentalmente importante na extensão do tendão calcâneo.
Há vários problemas com os pés que são exclusivos das mulheres, isto devido à flutuações hormonais: na gestação, os pés são submetidos a um estresse incomum e, muitas vezes, pode resultar em seu alargamento; também, no envelhecimento, devido a diminuição dos níveis de estrogênio, as mulheres são especialmente suscetíveis ao enfraquecimento dos pés e à lesões nos tendões. Isso significa que a mulher no peri-pós-menopausa é exclusivamente suscetível à tendinites ou disfunções nos tendões, assim como à fascite plantar. Em acréscimo, o uso dos saltos altos impoem uma tensão única nos pés e tornozelos, o que pode resultar, para citar algumas decorrências mais comuns em: joanetes, dedos de martelo, neuromas, fascite plantar, etc.
Além de todas as situações já citadas, formigamentos e dormências à noite são algumas das maiores queixas e isso pode estar insinuando deficiência nutricional, nível de açúcar no sangue em descontrole, problemas ortopédicos ou, mesmo, implicações neurológicas.
Claudia B., c.pilatesyoga@gmail.com
Pós-Graduação: Método Pilates – Fisioterapia Esportiva/ Certificação: Yoga – Treinamento Funcional – Treino em Suspensão